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OS ACEITOS E OS REJEITADOS
Apocalipse 22:14-15
Aqui se estabelece novamente quem são os que têm o direito de
ingresso à cidade de Deus, e quem são os que indefectivelmente ficarão fora dela.
(1) Os que lavam suas túnicas possuem o direito de ingresso. Esta
frase descreve a parte que corresponde a cada indivíduo no processo de sua salvação. Jesus Cristo, na Cruz, oferece aos homens a graça e o sacrifício para que possam obter o perdão. Cada um tem que lavar suas vestimentas, segundo a expressão que usa João, no sangue de Cristo. Para usar outra imagem similar: podemos dar a um homem água e sabão para que se lave, mas não podemos obrigá-lo a lavar-se, se ele não quer fazê-lo. Os que entrarem na cidade de Deus serão os que tiverem aceito o sacrifício de Cristo e se apropriaram dele.
(2) Segue a lista dos que não serão admitidos na cidade de Deus. Já vimos uma lista similar em 21:8 (ali se tratava dos que serão lançados no lago de fogo). A única palavra nova que aparece aqui é "os cães".
Há duas interpretações possíveis deste termo.
(1) O cão simbolizava na antigüidade todo o impuro e selvagem. H.
B. Swete diz: "Ninguém que tenha visto os cães vagando pelas ruas de qualquer cidade oriental pode maravilhar-se pelo desprezo que seu nome suscita na mente de qualquer oriental. Para o judeu um cão não era um animal doméstico ou um guardião; sua idéia era a do cão vagabundo, sem casa nem dono, que rouba e até mata, quando a fome o persegue. É por isso que os judeus chamavam os gentios de cães. Havia um dito rabínico segundo o qual "Quem come com um idólatra é como se comesse com um cão. Quem é o cão senão aquele que não foi circuncidado?” Andréas, o antigo comentarista grego, sugere que os cães não são somente os desavergonhados ou incrédulos mas também os cristãos que, depois do batismo, "voltam ao seu vômito". O cão pode representar simplesmente tudo o que é desagradável e impuro.
(2) Mas há outra possibilidade. Há uma frase estranha em Deuteronômio 23:18. “Não trarás salário de rameira nem preço de cão à casa do SENHOR, teu Deus, por qualquer voto; porque ambos estes são igualmente abominação ao SENHOR, teu Deus” (Almeida Revista e Corrigida; cf. também TB, NKJV, RWebster). A primeira parte é clara: Não pode oferecer-se a Deus dinheiro que se tenha obtido mediante a prostituição. A segunda parte, entretanto, é mais ambígua. Na antigüidade não somente havia prostitutas sagradas nos templos, mas também homens que praticavam a prostituição. Em geral, estes eram chamados de cães. As duas partes da lei deuteronômica se referem à prostituição. Um cão pode ser um homem que pratica relações homossexuais por dinheiro. Também ficam fora todos os que falam ou agem de maneira falsa. Aqui ecoam as palavras do salmista que diz: “Não há de ficar em minha casa o que usa de fraude; o que profere mentiras não permanecerá ante os meus olhos” (Salmo 101:7). A pessoa enganosa e farsante não pode
ter comunhão com o Deus da verdade.
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